terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Sempre


Sempre.

Ao contrário do que muitos pensam, não é o antônimo de nunca. O antônimo de nunca é o talvez.
O sempre é absoluto.
Tão absoluto que pode-se imaginá-lo impossível. No mínimo, improvável... Como unicórnios, atlântidas, eldorados ou a honestidade de algum político.
O sempre é o pote de ouro no fim do arco-íris.
Gerações inteiras de poetas, músicos bêbados, escritores presunçosos e dramaturgos tentaram aprisioná-lo em suas páginas, acordes e cenários.
Mas o sempre sempre escapa, foge entrelinhas, vira formiga e se esconde nos desvãos de atores desmemoriados, se camufla brilhantemente em meio aos cabelos encaracolados das cucas maravilhosas e se perde nos pensamentos... ops, já ouvi isso em algum lugar...
Sei que não existe o meu sempre, o seu sempre ou o sempre do vendedor de picolés do centro da cidade.
O nunca, esse sim... safadinho, se transmuta em daqui-a-poucos, ou em já-jás sem vergonhas, sempre bailando ao sabor das nossas conveniências diárias... Quem nunca prometeu que atire a primeira pedra: “Nunca mais vou beber de novo”, “Nunca vou te abandonar numa briga”, “Nunca contarei a ninguém o que você fez”, “Nunca olharei pra bunda de nenhuma outra mulher”...
Já o sempre é coisa tão séria que quase ninguém tem a coragem de usá-lo sem pensar muito bem nas consequências...
Quebrar uma negativa não parece tão sério quanto quebrar uma promessa! Será por causa da matemática? (Lembram? Menos com menos dá mais!)
Por isso, continuo dizendo sempre às coisas que já disse...
Sempre estarei por aqui, escrevendo, compondo, amando, falando besteiras, rindo à toa, sendo quem sou (e apenas quem sou) e tentando ser feliz...
Menos quando meu intelecto não ocupar mais nesse mundinho doido! Daí minhas moléculas vagarão, obedecendo fielmente à Lei da Conservação da Matéria do meu amigo Tôim Lavoisier!

Sempre!

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