sexta-feira, 21 de março de 2008

Check-in

Na saleta de espera do aeroporto, bagagens se acumulavam. Bagagens que ninguém reclamava. Se amontoavam pelos cantos, à espera. As mais antigas com sua camada de poeira. As mais novas com o brilho desconfiado dos sorrisos incompletos.
A moça dos cabelos azuis era a única no ambiente. E examinava minuciosamente cada uma das malas. Procurava por cicatrizes, defeitos de nascença, doenças degenerativas e males congênitos.
Nunca se dava por satisfeita. Dia após dia, de cidade em cidade.
Naquela manhã, um sorriso lhe corou a face. Escolheu uma que lhe pareceu adequada. Não era pesada. Feia. Mas coube perfeitamente em seu delicado dia-a-dia.
Agora é feliz, e os aeroportos fecharam-se, devido à cerração.

4 comentários:

Anônimo disse...

Publicidade gratuita (quase spam)

"Um dia ainda ganho na Mega Sena"

(http://www.megasena.blogger.com.br)

Voltei à blogar com uma certa periodicidade... aparece por lá!

Abraço!

Anônimo disse...

Vich, que vida de aeroporto é universo paralelo... Desulivre! rs
Belo conto, Caetano,,, Sempre belos, rápidos e significativos!

Abraços e cotidianas invenções!

Anônimo disse...

texto instigante, com estranhamento e de muita riqueza. abraços.

Anônimo disse...

Identificação muito forte. Reafirmo o adjetivo ali em cima, "instigante." Cheirinho de salvação.

Ai, há um tempo suficiente não paro por aqui. Não faz bem a saúde.
beijos.

Arquivo do blog