Veio imediatamente após o barulho. Entrou no quarto e viu o corpo morto do marido, estendido na cama que um dia fora dos dois.
Sangue sobre lençol vermelho. Quase não se via a morte. Apenas adivinhada, a maldita.
O rosto de seu homem continuava plácido como sempre foi. Calmo, tranquilo. Rosto de menino comportado. Apenas um bocadinho mais pálido agora.
Em seu peito, um minúsculo orifício logo abaixo do bolso da camisa. Quase ainda podia ver a vida se esvaindo por ali. Escorrendo lentamente, rego em relva úmida.
A compreensão veio e um grito nasceu em sua garganta.
Enquanto sua voz ecoava pelas paredes do apartamento, no quarto ao lado sua mãe sorria, o cheiro de pólvora ainda quente em seus dedos. Agora podia encarar sua filha nos olhos.
domingo, 6 de maio de 2007
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6 comentários:
Um belo texto cheio de esconderijos ao leitor, escondendo lugares, escondendo sujeitos, escondendo emoções. Que bom acordar no domingo de manhã e ler um texto assim. E obrigada pela visita, volte sempre!
Não sei se gostei...a morte por mais justa que seja não vale a pena tirar a vida a ninguem...
Volto...
Beijokas on skin
Excelente texto.
Cuidado com as sogras!
hahahaha
estão cada dia mais revoltadas!
beijos
Encontrei teu blog por acaso e já li todos os contos e crônicas postados... adorei.
Bjs!
Voltarei sempre que possível.
He he he. Gosto disso!! Beijos!!!
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