Ela olhou novamente...
Não acreditou!
Ele ali estava, depois de anos!
Lembrava ainda o calor do toque daquelas mãos em seu corpo. Nunca mais sentira algo igual. E os beijos, os abraços, as noites e dias que não se repetiram...
Quase não envelhecera. Apenas os cabelos brancos o traíam. Mas o olhar era ainda o mesmo, direto e sedento. Olhar que sempre a fazia baixar os olhos, em rubor.
Súbito, lembrou-se da imagem que havia visto pela manhã no espelho. O tempo não fora tão bom pra ela. Nem o tempo nem a vida. Muito menos a solidão.
Ele nem chegou a vê-la. Não estava sozinho. Uma garota de uns vinte e cinco anos saiu da loja de conveniências e se pendurou em seu braço. Por um breve momento, pensou ser uma filha. O beijo na boca, apaixonado, desfez a ilusão.
Ele nem chegou a vê-la. Melhor assim.
E enquanto ele se afastava em direção ao estacionamento, ela correu pra casa pra chorar pensando nele. Como havia feito nos últimos dezesseis anos.
quarta-feira, 20 de junho de 2007
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7 comentários:
Se o tempo parasse...
beijos.
A trama foi concisa, as cenas bem trabalhadas e o final deliciosamente fatídico. Um trabalho feito com primor. Há braços!
Antônio Alves
No Passeio Público
Postagens às quartas e domingos
Chegou a doer em mim a parte em que ela diz "Ele nem chegou a vê-la. Melhor assim.
". Se você quer que a gente sinta o que seus personagens sentem, conseguiu.
sem palavras lindo
muito bem escrito. gostei. =D
(fazia tempo que eu não passava aqui)
;)
Moacir,
muito muito bom! Você realmente é dos poetas que fazem composições simples e breves virarem belos e etrenos. verdadeiros clássicos.
Abraços, camarada!!
Muito bom, meu caro!!! Deu para imaginar toda cena. AbraçoDasMontanhas.
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