Equilibrava-se diariamente entre a tesão e a razão.
Olhava saias balouçantes, bocas e pernas, bundas e seios, exuberâncias e singelezas em suas mais diversas acepções.
Morenas, loiras, ruivas, negras. Bonitas, feias, gordas e magras. Meninas e coroas, alunas e prefessoras.
Se consideraria um tarado, não fosse a carga de negatividade implícita em tal palavra. Apaixonado, isso sim. Apaixonado por todas as mulheres do mundo.
Alguns, irônicos, diriam que quem ama a todas não ama a nenhuma. Nada poderia estar mais distante da verdade. Amava a todas, e amava em todas aquele mínimo quase imperceptível que faz de cada uma delas especial em meio a tantas. Detalhes ínfimos, que apenas ele enxergava. Um meneio de cabeça, uma respiração hesitante, uma palavra mal colocada, um sorriso entrecortante. Aquele único momento em que eram singularmente únicas.
Ontem morreu.
Carregava consigo todas as lembranças de cada mulher com quem cruzara.
A essência de cada uma delas dele se desprendeu, e uniram-se em uma brisa suave, que passeou por cada calçada da cidade antes de desaparecer em direção ao espaço. E, por um segundo, todas elas foram felizes, sem saber exatamente o porquê.
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
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6 comentários:
Amou todas...
morreu e não deixou nenhuma viúva para chorar a sua morte.
Te amo!
lembrou-me "memórias de minhas putas tristes", gabriel garcía márquez.
gostei desse =]
é... era de todas e de nenhuma. gosto desse paradoxo.
(:
Comungar belezas, amores, delícias cala os porquês ante vôo das almas.
E obrigada pelos comentário gentis!
Beijoca.
a felicidade eh algo tao incostante! mas tao belo... :)
=****
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