quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Espera

O paraíso ali estava, em forma de alvo sorriso nu...
Um campo de trigo vicejava sobre a neve morna.
Um sorriso de um milhão de dentes iluminava a penumbra, fazendo o tempo parar por alguns segundos, antes de acelerar rumo à hora limite.
Ele, também nu, se calou. Não havia palavras possíveis ante o inimaginável. A impossibilidade do real o preocupou, mas não pôde evitar no pensamento a palavra felicidade.
Quis mergulhar em sua fonte, banhar-se em sua cachoeira, beber e comer e gozar de cada gota. Mas não hoje. Não ainda.
Agora espera. Faz com que a ausência se torne saudade. E sonha desperto.

6 comentários:

Ramon de Alencar disse...

...
-Certas coisas são como um vinho. Um gole de cada vez... e o paladar se cora no seu viço vermelho.

...
-Bela estância de palavras estas tuas.

Anônimo disse...

Simplesmente lindo!
Beijinhossss de boa semana!

Anônimo disse...

Melhor não fechar os olhos,,, podemos ver coisas que não queremos,,, bom mesmo é sonhar com olho aberto.... mas um pouco de cada vez,,, na espera,,, no aguardo,,,
Bom texto,,, mto bom! Gostei um tanto grande!

Abraços e cenográficas invenções!

Fernanda Passos disse...

É como se fosse adiar pra viver e sentir mais intensamente.
Simplesmente linda tua prosa.

BABI SOLER disse...

Trasformar a ausência em saudade é uma grande sacada.

Van disse...

Reiterando....
Você é muito, muito, muito, muito bom!
;)
Ganhou mais uma fã!

Beijucas

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